sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Poema aliterando F e V (título provisório)

por Renato Fabriga


Os vultos à volta que vejo
vagueiam velozes, vorazes

Avançam ou fogem os vultos
famintos, ferozes que vejo?

As fúteis feições transformam,
de feias, as formas vazias que ficam

E as formas que ficam, que foram vivazes,
fenecem reversas em vultos que vagam

Avançam velozes os vultos
ou fogem ferozes as formas?

Farfalham no vale os vultos
e em vão vociferam as formas

Que falam as formas? Ouviste?
Que fremem os vultos? Ouviste?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Poema com som de Azul

por Cax Nofre

Azul
Portal da morada compartilhada
Pinceladas amadas
Enluaradas molhadas
Azul
Pintura agrura
Azul
Cantado chorado
Amargo agrado
Azul
Angústia bagunça
Azul
Angustiado calado
Azul
Escuro maduro
Azul
Desejado pintado
Amado portal azulado
Da morada compartilhada
Azulada.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Eu e a minha natureza

por Carmen

Eu e minha natureza
Refém de minha cabeça sou
Com o coração aprisionado
Como as ondas com o oceano
Sempre a lamber a areia da praia
Indo e voltando carregando consigo
Todo lixo que ali se encontra
Sou eu, cuja a menstruação
Não mais banha a terra
Cuja o pentelho coça em menopausa
Pentelho, pentelha sou eu
Refém do sangue que em mim esfrio
Do vômito que engulo
Tantos são os sapos
Tantas são as lágrimas
Tanta dor no estomago
Garganta seca, costa curvada
Seios escondidos dentro das vértebras
Catarro, saliva muitos fluidos
Que engulo e não distribuo
Nem a minha seborréia
Que entremeia em meus cabelo
Eu dou, esta sou eu.

Poema aliterando T D

por Cax Nofre

Tarde tácita
Desde a demora
Endosso troços
Tédio odioso
Dia tedioso
Traças destroem vidraças
Sátiros tiram trapos
Dados...
Deus
Dai-me tato...
Onde estás
Pacato ingrato?
De quatro
Tendo Infarto?
Traída caída
Desdenho-te
Digo
Sinto-me desgastada
Enfadada da saudade de ti.
Dize-me
Voltas ainda esta tarde?