sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

EU E A NATUREZA

.................................................por Francisco Manoel Corrêa Dias
.....................................................................em 05/11/08

Eu, sítio meu, morros e montanhas falam.
Das gargantas e grotas da serra, ventos falam.
Desde os montes, aragem falsa, mansa brisa. Falam
Sons de feitio medonho, sombras que apavoram. Falam
Ventos, das pinhas bravas, folhas, fuligem. Falam
Das araucárias a lamber-me a testa, o colo, a face. Falam
Aos ouvidos meus, doutros ventos, ares do devir, falam
Da nuvem que vem, corre e, por mim, passa. Falam
Da varanda donde vejo os bichos, a relva, o mato. Falam
Da lua que dorme no sitio ao lado, do sol no rosto. Falam
Da escuridão, das estrelas, nebulosas, galáxias. Falam
De águas plácidas, mornas, à noite, murmurantes. Falam
De águas rasas, limpas, azuis, primaveris. Falam,
Deixam-me refletir, olhar e penetrar, complacentes, águas.