sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Eu e a minha natureza

por Carmen

Eu e minha natureza
Refém de minha cabeça sou
Com o coração aprisionado
Como as ondas com o oceano
Sempre a lamber a areia da praia
Indo e voltando carregando consigo
Todo lixo que ali se encontra
Sou eu, cuja a menstruação
Não mais banha a terra
Cuja o pentelho coça em menopausa
Pentelho, pentelha sou eu
Refém do sangue que em mim esfrio
Do vômito que engulo
Tantos são os sapos
Tantas são as lágrimas
Tanta dor no estomago
Garganta seca, costa curvada
Seios escondidos dentro das vértebras
Catarro, saliva muitos fluidos
Que engulo e não distribuo
Nem a minha seborréia
Que entremeia em meus cabelo
Eu dou, esta sou eu.

Um comentário:

Cax disse...

Quando os poemas vêm da alma, os leitores sentem.
é o caso deste.
Muito me gusta.